terça-feira, 15 de novembro de 2011

Filhos precisam de limites!

Segundo a psicóloga clínica - Gisa Viana (CRP 55 754-0), hoje em dia "os pais estão perdidos e os filhos também". Mas porque isto está acontecendo no mundo atual? A especialista Gisa, irá nos informar como pais devem ser amigos sim, mas antes de tudo pais.
Não é tão difícil ouvir frases que contenham a palavra 'socorro' quando se trata do assunto filhos. Os pais estão perdidos e os filhos mais ainda. Ouvimos histórias absurdas de adolescentes, que machucam o físico, ferem a alma e atacam a dignidade de outras pessoas, simplismente por 'engano' ou por brincadeira o que é, diga-se de passagem, brincadeira de muito mau gosto.
Talvez nós pais devamos nos perguntar, se estamos negligenciando ou nos mantendo 'enganados' no que diz respeito à grande responsabilidade de educar, formar e preparar crianças, adolescentes e jovens para viver e sobreviver ao mundo atual. Ser pai e mãe é para toda vida. Isso implica em duas consequências: ter filhos bons que nos fazem rir ou ter filhos que nos fazem chorar. Temos medo do filho irresponsável, intolerante e arrogante, mas o que temos feito para que ele seja respeitoso, amoroso, responsável e cidadão de bem?
Trago a tona a discussão, bem como a introspecção, a reflexão sobre nós, que somos pais. Somos pessoas que trabalhamos, batalhamos por uma vida melhor e estamos nos esquecendo de parar por um instante e observar, nem se for por alguns preciosos minutos, os nossos filhos.
Procuramos a melhor escola, sonhamos com a festa de 15 anos, juntamos dinheiro para dar o primeiro carro ao filho que completou 18 anos e sonhamos com a melhor faculdade, a profissão mais próspera, e nos esforçamos para bancar todos os cursos que complementarão a condição de prosperidade da vida adulta. Isso nos leva um bom dinheiro. Mas também nos leva a um estado de paralisia que nos faz impotentes, e então começamos a acreditar que isso é o melhor que podemos oferecer. A culpa nos cerca a cada dia. Há pais perdidos, sem saber como educar, afinal são tantos conceitos e conselhos na nossa sociedade moderna, que fica até difícil saber se estamos agindo certo ou errado.
Dizer ao filho que o ama, abraçá-lo e beijá-lo sempre foi muito bem vindo na educação e na integração entre pais e filhos, mas, estamos realmente com os nossos atos demonstrando que os amamos? Será que quando precisamos disciplinar, 'passamos a mão na cabeça ou tampamos o sol com a peneira?'
O futuro do filho é muito importante para os pais, e nos sentimos muitas vezes encantados com a possibilidade de realizar nosos desejos frustrados, quando olhamos as oportunidades, e toda juventude que nossos filhos possuem. Com isso, amenizamos o desconforto da nítida sensação de que há muito mais o que fazer, mas não estamos fazendo. Apoiamo-nos na expectativa de um futuro melhor do que o nosso, e isso tem muitas vezes nos deixado acomodados.
O maior desafio para nós pais é enfrentar nossos medos, nossa real motivação a ver que nossos filhos caminham por uma estrada seca, sem perspectivas e sem responsabilidade, ou seja, mal saberão cuidar do material que compramos ainda na tenra idade e que muitas vezes eles nem sabem o quanto isto custou.
Como mãe sou um exemplo silencioso, e você também o é para seu filho, quer queira ou não. Que espécie de ser humano estamos deixando para os próximos 20 anos? Adolescentes que serão adolescentes ainda aos 25? Ou quem sabe, aos 30 anos? É preciso deixar claro que antes de mandar nossos filhos adolescentes ao psicólogo, é preciso que nós pais tenhamos uma atitude humilde para reconhecer que não temos dado o melhor de nós a eles. Exemplo, ensino, disciplina, amor, responsabilidade e tempo, devem ser prioridades na vida familiar.
Um dia eles crescerão e escolherão o caminho que devem percorrer. A esperança sempre vai consistir na hipótese de que eles terão dois caminhos a escolher; o primeiro é o caminho da honra, da prudência, da honestidade e do amor ao próximo, e quem pode ensinar muito bem esse trajeto é a família.
O segundo caminho é aquele que vemos diariamente na mídia, um caminho assustador, mas que existe, é o caminho sem limites, sem amor, nem respeito. Pode parecer cruel demais, porém por incrível que pareça esse caminho causa certo facínio aos nossos adolescentes e jovens.
O caminho do bem é criado dentro de casa, é muito mais do que uma escola tope, uma agenda cheia de compromissos, mesada gorda e desejos realizados. É preciso sobretudo experimentar a dor da frustração, a agonia da espera, o sonhar com os olhos abertos, e os planos de ação para conquistar o desejo ardente do peito.
Todos esses sentimentos que momentaneamentes são dolorosos e corroem como bichinho malvado, nada mais são do que formadores e esculpidores excelentes de caráter e de fibra, um apelo: não os privem da 'espera', não os privem da 'conquista'. Em outras palavras, não os privem do 'não'.
Seja um farol na vida de seu filho. Antes das palavras, dê lugar a ação, ao exemplo. É fácil prever o que vai ser do planeta se não cuidarmos dele, é fácil prever em curto prazo as catástrofes que enfrentaremos se não acodarmos e tomarmos uma atitude, é fácil prever o que será da humanidade se não houver melhores salários, educação e saúde, mas também é fácil prever o que será das crianças e adolescentes daqui a 20 anos se não olharmos para nosso papel de pais e tomarmos uma decisão. Somos responsáveis pelo planeta, pela natureza, pela sociedade e principalmente por nossos filhos que constituem essa sociedade.
Não deixe de abraçar, beijar, mas também saiba disciplinar seus seus filhos. Dê espaço para que cresçam, mas há tempo, sem pressa, sem pular etapas tão importantes para sua formação. Enquanto eles estão frágeis, enquanto crescem, mas não o sulficiente para dar conta de seus desejos, faça sua parte, pergunte sobre seus amigos, quem são o que fazem. Quando forem a uma festa, leve-os até o local, e combine a que horas você irá buscá-lo. Não se incomode com a cara feia, ou com frases do tipo "eu não sou mais criança".
Mesmo cansado de um dia de trabalho, pergunte a beira da cama como foi o dia dele, e não deixe para depois aquela conversa importante e muitas vezes desgastante com seu fiho. Porem, ao final de cada diálogo ou mesmo discussão, nunca se esqueça, termine com frases do tipo: eu te amo, eu te entendo ou até mesmo, me perdoe se não comecei bem a conversa. Não se esqueça que seu filho tem sentimentos, conflitos e precisa de você, mesmo que isso pareça longe da realidade. Um abraço, um olhar de proteção e palavras de ânimo são atos que ficam marcados no coração do seu filho. O contrário também é veradeiro. O celular, a internet, os jogos e a tv devem ser controlados, mas é preciso colocar algo no lugar: a conversa em família, o passeio ao shopping ou à praia. Brinquem juntos, riam e conversem sério, fale e ouça, isso é família.
Educar dá trabalho, mas como todo trabalho bem feito, leva tempo e o resultado final é simplismente encantador.
Gisa Viana - psicóloga clínica.
Fonte: Revista Vilas Magazine, nº 107- dezembro de 2007.
Espero que tenham gostado. Aproveitem para mudar, ainda dá tempo, sempre há tempo quando o assunto é filho.
Aos Coordenadores e professores acho mais interessante e produtivo fazerem reuniões com pais mais para informar, orientar do que reclamar do comportamento do filho. A escola cabe informar, aos pais educar.
Digo isto por experiência própria, minhas reuniões com pais e corpo docente sempre foram de informar e formar para depois 'cobrar'. O resultado é positivo.
Um abraço,
Yorranna da Costa

Estamos de cara nova!

Não poderia deixar de comunicá-los que o nosso blog está passando por algumas transformações. A tendência é que melhoremos mais e mais. A nova roupinha é mais delicada, mas não significa que o nosso blog Brasil e Educação seja somente para leitoras, não, o blog é feito para todos os leitores, sejam da área da educação ou não. Aqui, o nosso objetivo é informar e interagir com vocês. Falo de assunto importante a todos nós: educação no Brasil.
Estamos em processo de alterações, okay? Espero que gostem e participem.
Um abraço,
Yorranna da Costa.