domingo, 1 de novembro de 2009

Tirando dúvidas referente lei 9.394/96 - Lei 11.114/05 LDB.

Olá. Como estão?



Quero informar as pessoas; pais e profissionais da educação,  tirar dúvidas referente a Lei 9.394/96.

Por quê? Porque eu desde 2006 quando comecei a coordenar e peguei a transição dessa lei, percebi que há indagações por falta de conhecimento e informações claras. Acredito ser normal que muitos ainda não tenham assimilado o que mudou e até hoje pais e colegas perguntam.
Tudo que vou discorrer tem embasamento nas leis.

Na realidade é tudo bem simples. Irei comentar o que mudou... é o que nós chamamos de nomenclatura.

Com a nova Lei 11.114/06, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva altera a antiga Lei 9.394/96 os seguintes arts. 6º, 30, 32 e 87. Com o objetivo de tornar obrigatório o início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade.



Sancionada a Lei 11.114/06 fica da seguinte forma:



Art. 6º - É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental.



Art. 32º - O ensino fundamental, com duração ínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão.
(1) - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
(2) - a compreensão do ambiente natural e social , do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
(3) - o desenvolvimento da capacidade, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.



Bem, isso significa que a Educação Infantil só vai até cinco anos de idade.




O que chamamos de nomenclatura é essa mudança. A última etapa da Educação Infantil passa para o Ensino Fundamental. Por isso a criança fará nove anos no Ensino Fundamental. Antes o Ensino Fundamental ia até a 8ª série. Agora é até 9º. ok?

Vou demonstrar:

Antigo -------------------------------- Atual

pré - 6 anos -------------------1º Ano do E.F. 6 anos



1ª série - 7 anos--------------- 2º Ano do E. F. 7 anos



2ª série - 8 anos ---------------3º Ano do E. F. 8 anos



3ª série - 9 anos ---------------4º Ano do E. F. 9 anos



4ª série - 10 anos --------------5º Ano do E. F. 10 anos



5ª série - 11 anos ---------------6º Ano do E. F. 11 anos



6ª série - 12 anos ----------------7º Ano do E. F. 12 anos



7ª série - 13 anos ----------------8º Ano do E. F. 13 anos



8ª série - 14 anos ----------------9º Ano do E. F. 14 anos


Como podem observar é que com a nova nomenclatura agregou-se o pré para o Ensino Fundamental e ao invés de falarmos série agora é Ano.

Se você tem um(a) filho(a) que tem seis anos deve matriculá-lo(a) no Ensino Fundamental. Mas se a criança tiver cinco anos ela pode (por que não é obrigatório segundo a LDB e a CF) ser matriculada no último estágio da Educação Infantil. ok?

Aos gestores de Escolas de Educação Infantil lembrando que: as escolas terão que se organizar na nova lei até 2010.

Bem, espero ter cooperado com mais uma informação e para quem estiver com dúvidas peço que entre no site do ministério da Educação (MEC) e averigue a LDB (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO) ou se quiser deixar perguntas eu responderei sempre com embasamento na lei.

Por favor quem quiser acrescentar algo deixe um recado que com certeza estarei lendo.


Um abraço,

Yorranna da Costa




sábado, 24 de outubro de 2009

É hora de planejar o ano letivo de 2010...Cedo?


Olá pessoal.
Estou me esforçando para postar notícias, informações e experiências profissional.
Vamos lá! O importante é não deixar a peteca cair. risos.

O tema tem tudo a ver comigo. Como pessoa e principalmente como profissional acredito que quanto mais nos programarmos há uma probabilidade maior de eficácia. E o planejamento é fundamental na vida de qualquer indivíduo.
Planejamento nada mais é que um cronograma, um escopo do que queremos, quais os caminhos que nos levará a tal objetivo, o "time" para realizar todas as tarefas que fora planejadas e óbvio sempre deixar um espaço livre para impresvistos. Que como já diz a palavra; não é nada previsto. E se não houver uma "folga" de tempo, isso pode levar o que foi planejado por água a baixo. E já que o objetivo não é esse temos que começar já!
Parece que 2010 está meio longe. Opa! Mas o Papai Noel já está chegando e com ele a formatura de 2009, conteúdos para ensinar, médias para fechar, reunião de pais... dentre tantas outras coisas. Ufa!!!
No meio de tantas ideías e ideais temos um indivíduo articulador e norteador: o Coordenador(a) Pedagógico(a).
Bem, esse profissional tem que constantemente incentivar e nortear seus professores a alcançar os objetivos pedagógicos previstos no ano letivo anterior, planejar o próximo ano e fazer uma avaliação do que foi bom e o que pode ser melhorado no ano posterior.
O Coordenador Pedagógico pode reunir os(as) professores(as), ter em mãos documentação pedagógica e perguntar para o grupo:
O que poderíamos ter feito? Valeu a pena ? O que não poderá ser reproduzido no próximo ano? Todos os objetivos pedagógicos foram alcançados com sucesso?
Nessa primeira fase o Coordenador faz uma sondagem e uma reflexão no coletivo e individual.
Na segunda fase é bom fazer um registro de tudo que é importante.
Na terceira fase é o que a Escola pode fazer no âmbito geral para facilitar a vida desse profissional.
Na quarta fase é discutir projetos para o próximo ano.
Não esquecendo que o Coordenador opinará o tempo todo e dará sugestões e deve sempre apontar o que faz bem para a instituição de Ensino como um todo.

- Trabalhar melhor em equipe;
- Pesquisar atividades diversificadas;
- Explorar mais a leitura;
- Estudar;
- Outros.

O que não posso deixar de esclarecer é que nesse momento o Coordenador também deve fazer uma auto-avaliação sobre o seu desempenho. Afinal, a escola é um lugar onde ensinamos e aprendemos constantemente...

Costumo também fazer dinâmicas para extravasar um pouco, passar um filme para reflexão e por que não sortear um bom livro?

Lembrando que no início do ano no calendário escolar temos a semana de planejamento... que gosto de chamar de semana Pedagógica...




Quando alguém me pergunta por que escolhi ser Pedagoga eu respondo... O ambiente escolar me fascina!

No início eu não vou negar ia para lá sem saber da sua importância. Com o passar do tempo foi virando necessidade...assim...como respirar.

Depois virou vontade... vontade de voltar para um lugar de onde eu sei que nunca sairei... é como voltar para minha casa.

Se escolhi voltar para escola depois de ficar anos e anos nela é sinal que gosto do que faço.


(Yorranna da Costa)



Um mega abraço.


Yorranna da Costa

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quando é hora de incluir música na educação infantil?

Nossa! Será que vocês ainda lembram de mim? risos...
Sou grata a cada pessoa que acessa, opina, lê e acompanha nosso blog.
Depois faço questão de retomar o assunto do papel do coordenador.
Mas quero dividir com vocês um site que fala de vários assuntos que interessam a famílias e profissionais da educação.

Sabemos que á música faz transformações na vida do ser humano. Ela toca a alma, ativa a memória, acrescenta demasiadamente no saber; na aprendizagem...por isso professor(a) utilize mais músicas em suas aulas.


Achei super interessante espero que gostem.


Quando é hora de incluir música na educação infantil — BEBE.COM.BR

Um abração.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Qual é o papel do Coordenador Pedagógico?

Olá pessoal. Tudo bem?

Estava navegando na net e li algo super interessante em um blog (coordenação ativa). Quero dividir com vocês. Gostaria de receber feedback de leitores e já agradecer pela visita.

Dentro das escolas, existe a figura do professor coordenador, um personagem peculiar. Este profissional exerce, em seu cotidiano, uma série de funções. Penso, que uma das principais atribuições do Coordenador Pedagógico é ser o Elo entre o corpo docente e a direção escolar.
É este profissional quem ajuda na gestão escolar e na elaboração da proposta pedagógica. Orienta alunos, pais e professores, além de responder pela formação crítica dos professores. Deve ainda auxiliar a resolver problemas de disciplina dos estudantes. Por tudo isso, o Coordenador Pedagógico só vai desempenhar bem seu ofício se for um líder e tiver apoio da direção em suas ações e reivindicações, como: infra estrutura de trabalho e tempo de estudo para ele e para todos os professores.
Neste complexo emaranhado de atibuições e burocracias, fica difícil estabelecer um perfil para os Coordenadores. O que pode-se afirmar é que devem estar sempre se atualizando, e buscando melhorias coletivas dentro da escola.
O que me pergunto sobre a função de Coordenador Pedagógico é o porque este profissional muitas vezes é visto com desconfiança? Sendo ele fundamental dentro das Unidades Escolares!
Porque sua função muitas vezes é desvalorizada?
E, porque este profissional fica perdido no cotidiano da maioria das escolas?

Na próxima vez que eu vier blogar irei expor a minha opinião e minha visão como Coordenadora baseando-me nesse texto.
Até lá...Espero que opinem também.

Um forte abraço,
Yorranna da Costa

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Um livro que eu li e indico...


Oi pessoas. Tudo bem?


Estava com saudade de blogar algo. Por isso quero deixar para vocês uma leitura que tem uma grande serventia para pais e educadores.

Augusto Cury (autor) se preocupa muito com a realidade que vivemos atualmente nas famílias e nas instituições de ensino. Vale a pena conferir! Ah, o livro é bem baratinho.
Um forte abraço e até a próxima.
Yorranna da Costa

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sobre a Educar...Feira Internacional da Educação.

Oi pessoal. Tudo bem?
Eu estou passando por aqui para passar uma informação. Para você que gosta de saber as novidades da nossa área educacional, não se esqueça da 16ª Educar.


Educar é uma feira anual. Comercial, profissional e mercadológica.

O público alvo são: mantenedores, diretores, coordenadores pedagógicos, professores e demais profissionais de educação.

Feira Internacional de Educação

Data: 13 a 19 de maio de 2009.

Horários da Feira:13/05, das 15h às 20h

Dias 14, 15 e 16 de maio, das 10h às 20h

Local: Expo Center Norte

Na Av. Guilherme . SP / Brasil.

Para você que se interessou acesse o site.

http://www.educador.com.br/

Vale a pena conferir! Eu darei uma olhadinha nas novidades, palestras....

Um abração.

Espero retornar com mais dicas e informações.
Ah, não se esqueçam de deixar um feedback. Ok?

Yorranna da Costa

sábado, 7 de março de 2009

Ver vendo

Oi pessoal, como estão?

Eu já estava com saudades...risos.

Queria dar continuidade ao tema anterior. Esqueci de falar para vocês que depois de algum tempo e experiência tenho uma melhor desenvoltura com as crianças que são portadoras de deficiências. Graças as informações,cursos e pessoas que me passam suas experiências profissionais e minhas experiências.

Eu estava pesquisando um brinquedo educativo. Fui parar no site da Xalingo e lá, vi o site da AACD. Li algo que me chamou a atenção. É, dificilmente paramos para nos observar, observar o que está ao nosso redor e o quanto perdemos com isso. Olhamos por olhar... Quantas vezes você olhou as horas em seu relógio de pulso e segundos depois alguém lhe pergunta a hora e você olha novamente e responde correndo. Ué, se os minutos não passaram você poderia perfeitamente se lembrar do momento que olhou da primeira vez e falar...mas a nossa falta de atenção e de um olhar aguçado nos torna cegos para as belezas do mundo.



"De tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver.

Parece mais fácil mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que viu no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe um bom dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua face? Sua voz? Como se vestia? Não faz a mínima ideia. Em 32 anos nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo seu rito, pode ser que também ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa o que quer ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, o que de tão visto, ninguém vê. Há pai que não vê o próprio filho. Marido que não viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no cotidiano, opacos. É por aí que se instala o monstro da indiferença."

Paulo Almeida.

Yorranna da Costa

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dislexia. Como saber lidar com ela?

Oi pessoal,
Eu já estava querendo abordar esse assunto há algum tempo desde o início do meu blog. Acredito que como eu, a maioria dos meus colegas de profissão e pais já ficaram sem saber que atitude tomar quando há uma hipótese ou há uma constatação que seu filho ou aluno é dislexo.
Eu, por experiência própria, tive um aluno que havia feito a pré-escola duas vezes, e ao chegar no 2º Ano (antiga 1ª série), a qual eu lecionava, não era alfabetizado. Era um ótimo menino; educado, comportado. Mas tinha dificuldade de se concentrar, sua fala era bem enrolada e trocava as letras (parecia a fala de uma criança bem mais nova), não compreendia interpretação de textos, não discorria uma produção (suas idéias eram jogadas, frases interminadas, muitas vezes sem nexo). Achei estranho o fato dele não conseguir assimilar o conteúdo q pela terceira vez era recapitulado. Logo comentei com a coordenação do colégio. Fizemos uma reunião com as professoras que lecionaram para ele nos anos anteriores e elas confirmaram o que eu havia dito...falta de concentração. No primeiro encontro com os pais (reunião de pais e mestre) chamei a mãe em off e de forma bem condutiva pedi para que ela o levasse a um especialista; um neurologista. Expus à ela a minha preocupação para com filho dela. Ela, uma mãe consciente das dificuldades do filho, me agradeceu.
Do neurologista ele fora encaminhado para a fonoaudióloga e uma psicóloga.
Enquanto isso eu pesquisava e perguntava aos meus amigos de sala e professores da faculdade como poderia estimular melhor a sua concentração...várias vezes fiquei frustrada, tentava auxiliá-lo de uma forma mais lúdica. Mas ele oscilava. Parecia que aprendia, mas depois esquecia.
Cheguei a mensionar com a coordenação que poderia ser dislexia.
Então chega o laudo dos especialistas. Diagnóstico: dislexia, hipoatividade.
Fiquei feliz! Afinal já era um passo para saber como lidar com ele. Mas o que eu faço? Meu aluno estava tendo apoio de profissionais especializados e isso é ótimo....mas e eu? Fiquei pesquisando na internet na faculdade, pois não tinha internet em casa. E fui tentando acompanhar o que a fono e a psicóloga trabalhavam com ele nas sessões. Já no finalzinho do ano sai dessa instituição...por isso não sei se ele ainda passa com especialistas e continua nessa instituição de ensino.
Devido a inclusão, acredito que muitos profissionais da área da educação, precisam ser muito dedicados, auxiliados por profissionais capacitados e estar em constante pesquisa. Por outro lado as famílias também devem estar totalmente envolvidas na vida escolar do aprendiz.

Quero deixar um site que achei maravilhoso durante a minha pesquisa e que fez com que eu identificasse quais os sintomas da dislexia.

http://www.dislexia.com.br/


"Temos que estar sempre atentos, ter olhos clínicos, para nossos filhos e alunos. O quanto antes houver a investigativa fica menos doloroso para criança e para quem a auxilia" (yorranna da costa)

Deixo aqui um enorme abraço,

Yorranna da Costa

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mudança Ortográfica na nossa Língua Portuguesa

Oi pessoal, tudo bem ?
Hoje vamos falar de um assunto que ainda estamos tentando assimilar: A mudança ortográfica que ocorreu a pouco tempo em nosso país.
Bem, eu também estou no processo de pesquisas para saber o que mudou e o que permanece. No decorrer dessa pesquisa entrei no site da tv cultura e lá temos: "Nossa Língua- Plantão Ortográfico" e quem tira as dúvidas existentes é o tão conhecido professor Pasquale Cipro Neto. São vídeos sucintos e coesos.
Espero que eu tenha cooperado. Ah, não se esqueçam de passar esse conhecimento adiante. Conto com todos vocês.
Um grande abraço,
Yorranna da Costa

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Memória: ajudando o aluno a guardar melhor o que aprendeu

Olá pessoal,
Em nosso primeiro post de 2009, vamos falar sobre como fazer com que nossos alunos tenham um melhor aprendizado memorizando tudo que aprenderam.
Pesquisando sobre o tema achei um texto muito interessante e considero importante compartilhar com vocês.
PS.: Deixe seu post ao final do texto. Agradeço a participação.
A memória humana viveu na história da escola
breves momentos de glória e de martírio. Houve tempos em que os alunos que
melhor decoravam eram os que mais aplausos recebiam e não havia festa de
formatura sem que os mais bem dotados não fossem chamados à frente para mostrar
que sabiam “de cor” todo o Navio Negreiro, trecho dos Lusíadas ou ainda outras
longas poesias e sonetos. Excelente memória significava então garantia de
sucesso. Com o advento da “Escola Nova” memorizar passou a ser o antônimo de
compreensão e os professores viram-se induzidos à significação do apreendido, se
opondo à memorização estática. Decorar passou a ser ícone de incompreensão e se
acreditava que memorizava quem tinha deficiências no apreender. Vive-se agora
tempos de bom senso e descobre-se que se uma memorização mecânica e distante da
atribuição de significado quase nada vale para a aprendizagem significativa, não
pode existir uma verdadeira aprendizagem sem uma boa memória, pois é com a mesma que os pensamentos criam asas e podem fazer do que se conhece, degrau para mais coisas conhecer. Um professor que ajuda seu aluno a ter uma boa memória, não apenas o estimula a resolver problemas, mas também a aguçar sua inteligência e
acordar sua criatividade. A memória significativa não é apenas o combustível da
aprendizagem, é Memória: ajudando o aluno a guardar melhor o que aprendeu também seu motor e seu comando. Mas, como ajudar um aluno a possuir memória útil e mais significativa para sua mais consciente aprendizagem? A resposta a essa questão passa, pelo menos, por dois grupos diferentes de ações; algumas de natureza
“comportamental”, e que transformadas em hábitos ajudam nossas memórias a
funcionar melhor, outras não explicitamente associadas a procedimentos, mas
ligadas aos saberes que se busca transmitir. Vamos às primeiras.
• Ajude o aluno a exercitar seu “prestar atenção”. Exercite-o a observar os detalhes das informações recebidas, das ilustrações colhidas, os detalhes que estão sempre
ocultos nos rostos, nos nomes e nas roupas dos colegas. Faça breves jogos e
proponha desafios instigando-os sua perspicácia na observação de detalhes tanto
nos textos quanto nas paisagens, tanto nas músicas que se ouve, quanto no som
das palavras que se diz.
• Ajude-o a organizar suas agendas, a conquistar progressivamente a disciplina do espaço, guardando suas coisas sempre no mesmo lugar, mantendo a ordem nos objetos sobre a carteira, nos frascos sobre uma pia. Instigue-os a conversarem entre si, sobre o lugar das coisas em sua casa, na escola, no cinema, nos shoppings, em toda parte. Não existe maior ajuda para a memória que a organização e organizarse não é atributo que se herda, mas competência que pela aprendizagem se desenvolve.
• Estimule-os em seus momentos de lazer a ler, escrever, jogar xadrez, praticar batalha naval, fazer palavras cruzadas, contar para alguém ou para si mesmo o enredo de um filme ou uma cena vista. Atividades como essas transformadas em rotina estimulam significativamente as memórias.
• Proponha atividades em que um aluno necessita falar ao outro o que ouviu, trocando informações, ministrando “aulinhas” onde um corrige detalhes da fala do outro. Todos os alunos precisam ser exercitados na tarefa de transmitir e se assistirem mutuamente, mesmo que se esteja priorizando não o conteúdo, mas os exercícios de clareza da transmissão. A conversa interior é estímulo crucial para a memória, mas se não somos estimulados a exercitar essa prática, a mesma apresenta-se difícil de ser exercida, quando requerida.
• A alimentação equilibrada, atividades físicas, mas principalmente o sono é fundamental para a saúde das memórias. Converse com seus alunos mostrando a relação entre um corpo saudável e memórias eficientes. Conquistando pouco a pouco procedimentos saudáveis estamos ajudando uma boa memória, mas ajudamos muito mais ainda quando o saber que se busca fixar apresenta-se estruturado por certos princípios. Assim como cozinhar alimentos ajuda o mecanismo digestivo a melhor incorporá-los, os conhecimentos que chegam ao cérebro precisam de preparo para que mais eficientemente se encaixem na memória. Por exemplo:
• Ensinar para que nunca leiam um texto, sem perceber a plena significação do mesmo. Decorar algumas palavras sem saber o fato e o episódio que as mesmas descrevem, significa esquece-las rapidamente. Quase sempre o “branco” que acomete na hora de uma prova decorre de uma memorização desprovida de significação. Portanto, ao ler algo, buscar “ver” o que está lendo e conversar consigo mesmo sobre o que está buscando compreender.
• Sempre que possível associar o que deseja lembrar a outras linguagens. Se tiver que guardar algumas teorias, idéias, hipóteses ou equações, pense nas informações contidas nas mesmas como um texto, mas também como um discurso, uma figura, um gráfico, um ou alguns desenhos ou cenas de um filme.
• Nunca deixar de associar o que busca guardar com algo que você já saiba. Ao ler ou ouvir um texto, por exemplo, procurar associá-lo a um lance de futebol ou do vôlei, uma anedota, um desastre no trânsito e assim por diante. Um inimigo pertinaz das memórias semânticas ou episódicas é a ausência de contextualização, isto é, o fato não se ajustar a nós mesmos, ao nosso tempo, e ao contexto de nossas relações.
• Sempre que possível, estabelecer uma relação entre o que está buscando guardar com uma emoção vivida. É sempre interessante forçar uma relação entre o que estuda com um tombo, um fiasco, uma grande alegria, uma árvore em sua casa, etc. Um dos mais eficientes “segredos” da boa memória é sempre associar o aprendido a uma emoção. Nossas emoções são sempre as lembranças que ficam dos saberes que o próprio cérebro para sua saúde descarta.
• Procurar sempre organizar a matéria que busca aprender em espaços mentais diferenciados. Assim, separar as informações em “causas”, “conseqüências”, “antigas”, “novas” e todas as formas de classificação possíveis. Se, por exemplo, você pedir a sua memória que guarde 40 palavras escolhidas ao acaso, a memória atuará melhor se você as classificar. É claro que essas recomendações podem ser transmitidas aos alunos por um professor efetivamente envolvido pelo desejo de ajudá-los mas, bem mais que sugerir, pode também o professor, ao saber como a memória guarda fatos, apresentá-los de forma a facilitar sua assimilação.
Uma aula que explora o tema proposto através de linguagens diferentes, que usa os saberes existentes na estrutura cognitiva do aluno para mostrar novos saberes, que o ajuda a associar o apreendido às suas emoções e que clarifica o que se expõe, com uma nítida organização, é sempre uma aula com conteúdos mais fáceis de serem lembrados.

Yorranna da Costa